Estudo de caso: sinistros em obras de terra
É sabido por todos que é durante o verão que ocorre o período de chuvas intensas e frequentes. Também é sabido que o déficit habitacional no país vem aumentando a cada dia, e que com o agravamento da crise econômica e com o início da pandemia este déficit disparou. Exemplo disso é o aumento no número de pessoas vivendo nas ruas, avenidas, praças e debaixo de pontes e viadutos nos centros urbanos.
No caso do acidente envolvendo o coletor de esgoto da Sabesp e a obra da nova linha do metrô, não há vítimas, apenas danos materiais e impacto no trânsito da cidade. Ainda não está clara a causa da origem deste sinistro, mas dentre as possibilidades, é provável que tenha ocorrido alguma falha na etapa de planejamento da obra da nova linha do metrô ou falha na execução e fiscalização da obra do coletor da Sabesp. Para mais informações sobre o acidente ocorrido em São Paulo, acesse o link a seguir:
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/02/01/o-que-se-sabe-sobre-o-desabamento-em-obra-do-metro-na-marginal-tiete-em-sao-paulo.ghtml
Quanto aos demais acidentes ocorridos neste período, em especial os desabamentos em Franco da Rocha e Francisco Morato, infelizmente várias vidas foram perdidas. Tais consequências poderiam ter sido evitadas se o poder público exercesse adequadamente a sua função de coordenar o planejamento territorial, promover a preservação ambiental das áreas de encostas, intensificar a fiscalização das construções erigidas irregularmente nas áreas de encostas e promover programas habitacionais para pessoas que possuem pouca ou nenhuma renda.
Além disso, é necessário conscientizar a população sobre os riscos de se construir em desconformidade com a legislação e normas vigentes, em áreas irregulares, sem o devido acompanhamento de um engenheiro civil. Sabemos que o principal argumento para não contratar um engenheiro é a questão financeira, pois consideram o engenheiro como mais um gasto na obra, mas o barato pode sair caro. Afinal, quanto custa uma vida?
O argumento de que “se a obra depois de pronta não caiu ou não pegou fogo, então foi bem construída”, acaba caindo literalmente por terra quando ocorrem estes sinistros e serve de exemplo para que essas situações não voltem a se repetir no próximo verão.